A maioria das entradas desses anos (1943 a 1945) eram reflexões sobre a guerra, quase sempre amargas.
Frequentemente, apenas citações de Tácito e Sêneca. Deviam ser os únicos autores que ele carregava consigo na mochila.
Algumas pérolas me recompensam pelo esforço.
No inverno de 1944:
Montanha da Grigna. Não sei se sairemos vivos. Pelo que tudo indica, ganharemos, os aliados já estão chegando. Mas ganharemos mortos.
Só gostaria que quem contasse nossa história, depois, não nos tornasse melhores do que somos ou éramos, sei lá. O frio, a sujeira e a fome, são pouca coisa comparados com este fato estranho: já não sei bem por que estou aqui. Na ação, o sentido se perde. O sentido se mantém mais facilmente nos sonhos.
Depois da libertação:
18 de maio de 1945: Tenho nojo da vingança de quem ganhou. Éramos melhores só antes de ganhar.
Para meditar:
Na ação, o sentido se perde.
O sentido se mantém mais facilmente nos sonhos.
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