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quinta-feira, 9 de junho de 2011

O cristão diante do sofrimento - II

(Texto baseado na síntese feita pelo Pe. Jesus Bringas Trueba, do segundo capítulo do livro Es bueno creer - para una teología de la esperanza, de José Antonio Pagola)

1. Jesus luta contra o sofrimento
Os evangelhos apresentam Jesus combatendo o sofrimento que se esconde na doença, no pecado, na solidão, no desespero ou na morte. Não permanece insensível: sofre porque os fariseus tratam os enfermos com dureza (Mc 3 1-5); porque os poderosos jogam fardos pesados nas costas dos outros (Mt 23,4); porque rejeitam as crianças (Mc 10,14); por causa da morte de seu amigo Lázaro (Jo 11); se compadece da viúva de Naim (Lc 7,13); sofre ao ver o povo como ovelhas sem pastor (Mc 6,34).
Jesus não se limita a sofrer, vendo o sofrimento dos outros, mas, mostra que existe uma outra maneira de fazer as coisas... Entende sua vida e ações como uma boa nova, fonte de vida, saúde e felicidade. Mais ainda: luta contra a possessão diabólica, símbolo das escravidões e opressões que destroem o homem; cura a doença, expressão da fraqueza e sofrimento do ser humano; liberta do pecado da injustiça e da opressão. Jesus aparece continuamente compadecendo-se dos que sofrem, defendendo-os de quem os oprime, lutando contra o mal até o ponto de dar a vida por isso.
Jesus não busca o sofrimento para ninguém. O que faz é se esforçar para suprimi-lo.
Depois de lutar a vida toda contra o sofrimento que destrói os outros, ele mesmo se encontra com a dor. Reage com angústia e espanto: “Minha alma está numa tristeza de morte” (Mt 26, 38; Mc 14, 34). Sente terror, surpresa, ansiedade... Chega a suar sangue.
O que atrai Jesus, não é a morte, mas a vida; viver é o que ele quer, não sofrer (Mt 26, 39).

2. Por que Jesus aceita a cruz? A sua morte foi uma exigência para Deus perdoar os homens?
 Deus colocou no fundo do coração do ser humano a aspiração à felicidade plena, por isso podemos dizer que: o que agrada a Deus é a vida e a felicidade dos homens.
Deus se faz presente nas nossas vidas como o anti-mal, não para semear nelas o sofrimento, mas, para nos libertar dele. Deus se sintoniza com nossas queixas, nossos protestos e nossos esforços para acabar com o sofrimento ou pelo menos para não nos deixar desumanizar por ele. Está precisamente aí porque Ele quer nossa alegria. Ele se põe ao nosso lado, na busca da alegria possível ou, em último caso, da alegria eterna; está ao nosso lado na nossa luta contra o mal.
Assim, a morte do seu Filho na cruz não foi um sofrimento que Deus exigiu para perdoar os homens. Se o sofrimento tivesse em si mesmo um caráter de penitência ou castigo, então deveríamos ou poderíamos dar um valor redentor a ele. Ou seja, acreditaríamos que é preciso sofrer para se salvar. Teríamos, então, uma religião de medo e orientada para nos “defendermos” de Deus, agindo com cautela e com todo tipo de ritos e sacrifícios expiatórios: antes que viesse uma dor maior, então deveríamos nos mortificar para aplacar a “sede” de sacrifício para a nossa salvação... 

(continua)

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