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quarta-feira, 15 de junho de 2011

O cristão diante do sofrimento - V (final)

(Texto baseado na síntese feita pelo Pe. Jesus Bringas Trueba, do segundo capítulo do livro Es bueno creer - para una teología de la esperanza, de José Antonio Pagola)


6. A atitude de Jesus no sofrimento

Podemos ver que Jesus tem duas atitudes básicas, que dão um conteúdo novo ao seu sofrimento e que nos permitem entrever o mistério do amor salvador que se encontra na cruz:

ü Reza ao Pai: diante do perigo que se aproxima, ao sentir medo, suplica repetidamente: “Pai se é possível afasta de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade, mas a tua....” (Mt 26, 39). Essa atitude parece se expressar nos dois gritos: “Tudo está consumado” (Até Deus parece que lhe abandonou...). Brota então a queixa profunda, a suplica ardente, o grito desgarrado de protesto: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mc 15, 34)  

üReage com confiança. Outro grito, o último, expressa a fé inquebrantável, a confiança radical e a comunhão total de Jesus com o Pai: “Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito....” (Lc 23, 46).

O sofrimento continua sendo mau, mas se converte no caminho de plena comunhão com o Pai.
Temos que entender bem essa obediência de Jesus ao Pai.
Na cruz, Deus não está contra Jesus, descarregando sua raiva contra ele ou enviando todo tipo de sofrimentos, mas, pelo contrário, está ao seu lado, sustentando-O, sofrendo com Ele e Nele, identificando-se totalmente com Jesus, como se manifestará mais tarde, na ressurreição, frente a qualquer equívoco.
O que o Pai quer, diretamente, não é o sofrimento e a crucificação de Jesus, mas, a atuação e a luta pela felicidade e salvação dos homens, indo até as últimas conseqüências.
Mistério profundo este da crucificação de Jesus. Na cruz, o Pai e o Filho estão unidos – não procurando sofrimento e sangue, mas enfrentando o mal até as ultimas consequências.
O sofrimento vem por causa daqueles que rejeitam Jesus e se fecham ao reinado do Pai, que só busca o bem do homem. Jesus não morre por gosto, mas, enfrenta a morte angustiado. Não tem alternativa, senão teria que negar-se a si mesmo e a sua missão.
O Pai não queria que matassem Jesus, seu Filho, mas não podia evitar isso sem anular a liberdade dada ao homem. O que dá valor redentor a cruz não é o sofrimento, mas o amor de Deus, que não se detém nem sequer diante de tamanho sofrimento.
O que salva a humanidade não é nenhuma misteriosa virtude ou força encerrada no sangue e na dor. O que salva é o amor infinito de Deus, que se encarna nesse sofrimento.
A cruz de Jesus é a expressão mais realista e profunda de como Deus ama o homem, e mostra até que ponto quer sua felicidade e salvação.

O Deus que se revela na cruz não é um Deus que quer o sofrimento do homem, mas um Deus que é capaz de aceitar esse sofrimento em Si Mesmo para ver, para sempre, terminado o sofrimento da existência humana. Um Deus que está junto com o Filho, sofrendo com Ele e preparando já sua ressurreição e felicidade definitiva...
No dia em que, diante de um sofrimento, doença ou dureza da vida, trocarmos aquele “Por que eu?” “Até quando, Senhor?” e reagirmos dizendo “Senhor, sei que isso te dói como em mim e mais do que em mim. Sei que Tu me acompanhas e me apóias, mesmo que eu não Te sinta“, então a visão da cruz cristã transformará a atitude de muitos cristãos perante o sofrimento.
Esse será o dia em que Deus recuperará para nós o seu verdadeiro rosto: o Pai que nos livra de todo o mal, nos sustenta e nos acompanha com seu amor.

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