O homem e a mulher são seres relacionais: não existe um "eu" independentemente do TU. É o outro que torna possível o "eu", o constitui, o chama, o fundamenta e o transcende. A relação com o outro é que lhe dá a palavra. O problema não sé somente "quem sou eu?", mas "ante quem sou eu ?" Se me pergunto por minha identidade, é porque o outro me estimula, me convida, me obriga ou me possibilita o fato de identificar-me.
“Amarás ao Senhor teu Deus com todo deu coração” (Dt6, 5).
“De que modo poderia alguma coisa subsistir, se tu não a quisesses? Como se poderia conservar alguma coisa se tu não a tivesses chamado à existência?” (Sb 11, 25).
“És tu quem me tirou do ventre e me confiou aos peitos da minha mãe. Fui entregue a ti desde o nascimento, desde o ventre materno tu és o meu Deus” (Sl 22, 10-11).
“Ó Deus, tu és o meu Deus” (Sl 63, 2).
“Agora eles conhecem que tudo o que me deste provém de ti, 8 e que as palavras que eu lhes dei são aquelas que tu me deste. Eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti, e acreditaram que tu me enviaste” (Jo 17, 7-8).
“Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver” (Jo 17, 24a).
Exercícios oracionais
1. Oração dos Mil Nomes de Deus. Após a preparação corporal, relaxamento e consciência, imagine Jesus Cristo ressuscitado diante de você. Pressinta-O, vivencie-O. Diante Dele, com o ritmo de sua respiração, vá retirando do fundo do seu ser, nomes que expressem essa vivência atual de Jesus vivo, vivente em você: Caminho, Verdade, Vida, Amigo, Senhor... ou os que o seu coração for lhe ditando. Viva-os com carinho, crendo, experienciando que Ele é o TU que dimensiona a sua vida, que dá vida à sua existência, que alimenta a sua fé, o seu amor. Pronuncie devagar a palavra TU, vivida em Jesus. Com confiança, entrega e satisfação. O passado TU, o presente EU-TU, o futuro TU.
2. Após uma breve preparação corporal para relaxar, visualize-se sentado(a) à beira do caminho da vida. Vão passando devagar, lentamente, “tus” significativos para você. O que você sente? Recebe deles uma mensagem e envie a eles a sua própria mensagem.
3. Relaxe e deixe fluir a sua respiração. Quando você tiver conseguido a harmonia psicossomática adequada, visualize um TU que possa dizer a você, em verdade e profundamente, quem você é. Relacione-se com esse TU, emprestando-lhe as suas palavras, escutando-o e percebendo o que ele diz de você.
4. Respire compassadamente e, de maneira rítmica, afirme: eu sou eu diante de você, eu sou eu com você, eu sou eu sem você. Veja-se respirando essas afirmações ante “tus” significativos, intuindo profundamente o encontro, a relação e a transcendência dessa mesma relação.
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