A palavra JUSTIÇA e a realidade que simboliza e gera é difícil e necessária. Nos fala de reconhecer a cada um o seu direito, de dar a cada qual o que lhe é devido, o que por lei lhe corresponde.
Quando os homens e mulheres são justos, geram uma energia que os impulsiona a estabelecer relações adequadas com eles mesmos, com a natureza, com a comunidade humana.
Ó homem, já foi explicado o que é bom e o que Javé exige de você: praticar o direito, amar a misericórdia, caminhar humildemente com o seu Deus (Mq 6, 8).
Estou farto dos holocaustos de carneiros... Eu detesto suas luas novas e solenidades... Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista as maldades que vocês praticam. Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva (Is 1, 11.14.16).
O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome... Se você fizer isso, a sua luz brilhará como a aurora... a justiça que você pratica irá à sua frente ... (Is 58, 6-8).
Ouçam a palavra de Javé, filhos de Israel! Javé abre um processo contra os moradores do país, pois não há mais fidelidade, nem amor, nem conhecimento de Deus no país. Há juramento falso e mentira, assassínio e roubo, adultério e violência; e sangue derramado se ajunta a sangue derramado (Os 4, 1-2).
E o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Tome o que é seu, e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você (MT 20, 13-14).
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19).
Estruturas oracionais
1. Imagine uma grande avenida, onde se vêem grandes filas de pessoas que esperam diante de guichês para conseguir algo importante para elas: dinheiro, saúde, poder... Uma dessas filas tem pouca gente; estão tranquilamente em paz, esperando sua vez. É a fila dos que querem conseguir um coração justo. Você espera ali: “Dá-me, Senhor, um coração justo”. Um coração capaz de reconhecer e praticar a justiça. Quando você se encontra com o Senhor, pergunta a Ele como você fará para viver com um coração justo. Ele mostra Jesus a você. Não lhe promete uma vida fácil, em uma historia estruturada por grandes e pequenas injustiças. Você precisa de atitude misericordiosa, liberdade, sabedoria, vocação profética, compromisso liberador... Jesus quer compartilhar tudo isso com você. Veja-se acolhendo essas dimensões do amor, respirando-as, incorporando-as ao seu ser. Você sabe que ser justo vai trazer-lhe repercussões, talvez morte, pobreza, rejeição, calúnias, marginalização... O Senhor lhe pergunta: Você está disposto(a), por mim e pelo homem? Deixe que Sua graça lhe transmita o dom de um coração sensível à injustiça, que ame de verdade a JUSTIÇA.
2. Recorde alguma injustiça que você viveu ou que tem afetado a uma ou várias pessoas muito próximas de si. Perceba a sequência de seus sentimentos: dor, irritação, rebeldia, desejo de vingança... Estenda o seu olhar aos injustiçados da Terra. Aproxime-se deles. Sofra com eles e peça ao Senhor a coragem de testemunhar a JUSTIÇA. Ao estilo de Jesus. No amor preferencial de Deus.
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