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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Deus lhe abençoe!

Missa do 7º. Domingo comum. Palavra de Deus: Isaías 43,18-19.21-22.24b-25; 2Coríntios 1,18-22; Marcos 2,1-12.
Estamos nos dias de carnaval, festa do corpo, corpo que se enfeita, se fantasia, se alegra, se movimenta, mas, também, corpo que se banaliza, se prostitui, se embebeda, se droga. É nesse no contexto da festa de carnaval que o evangelho nos coloca diante dessa cena: quatro homens carregam um paralítico, e tentam colocá-lo diante de Jesus.
Esse paralítico representa toda pessoa que não consegue mais andar na direção da realização dos seus sonhos. Assim como esse paralítico, nós podemos não saber mais como chegar à meta da nossa vida.  Nos sentimos paralisados pela nossa desorientação interior. Mas pode ser também que, assim como ele, nós sabemos aonde queremos chegar, mas nos sentimos impotentes. Alguma coisa nos prende, nos amarra e não nos deixa caminhar.
Esse homem não pôde chegar a Jesus por conta própria. Precisou ser carregado por outros quatro homens. Um dos valores mais defendidos na época pós-moderna é a autonomia: cada um se dirige segundo sua própria cabeça; cada um caminha com suas próprias pernas. No entanto, quantas pessoas se deixam levar pelas outras, pela moda, pela mídia? Quantas pessoas acham mais fácil que os outros escolham e decidam por elas, porque não querem assumir a responsabilidade perante sua própria vida? Nós, algumas vezes, nos deixamos levar. Mas é preciso saber para onde estamos sendo levados.
Os quatro homens que carregavam o paralítico eram movidos pela fé. Eles acreditavam no poder de Jesus de curar o paralítico. Mas a fé que eles tinham foi colocada à prova: uma multidão funcionava como obstáculo entre eles e Jesus. A fé nem sempre vai abrir todas as portas diante de nós. Muitas vezes vamos encontrar a porta fechada, apesar da nossa fé. Quando isso acontecer, vamos dar meia volta e desistir de chegar até Jesus, desistir de tentar conduzir outras pessoas até ele? O recado do evangelho é claro: nossa fé sempre será desafiada a encontrar outras formas de chegar até Jesus, de conduzir outras pessoas até ele, quando as formas convencionais não funcionam mais.
Por serem movidos por uma fé teimosa, corajosa e criativa, aqueles quatro homens subiram no telhado da casa, abriram um buraco e desceram o paralítico até onde Jesus estava. Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados(Mc 2,5). Para surpresa daqueles quatro homens, do próprio paralítico e de todos que estavam na casa, às palavras de Jesus não se dirigiram para a paralisia física daquele homem, mas para aquilo que o paralisava a partir de dentro: seu pecado. O pecado que hoje nos mantém paralisados tem muitos nomes: comodismo, individualismo, desânimo, falta de fé etc.
Ao perdoar os pecados daquele homem, Jesus nos lembra que pecado significa errar o alvo, desviar-se da sua verdadeira orientação de vida. O problema não é não conseguir caminhar, mas não ter a vontade de fazê-lo. Por isso, mais importante do que desejar nossa cura física, é necessário reconhecer e nos posicionar firmemente diante daquilo que está provocando a doença em nós, que está nos paralisando e nos amarrando.
Ao perdoar os pecados daquele homem e ao curá-lo da sua paralisia, Jesus revela que veio restaurar a pessoa por inteiro: no seu corpo, na sua alma e no seu espírito. Ele veio nos curar por fora e por dentro. Da mesma forma, a nossa fé deve ter uma dimensão para fora e para dentro: para fora, tocando nas questões sociais, na dimensão social do pecado; para dentro, reconhecendo o nosso pecado pessoal, as nossas amarras interiores, e pedindo como o salmista: Curai-me, Senhor, pois pequei contra vós! (Sl 41,5).
Coloquemo-nos agora diante de Jesus, carregando conosco tantas pessoas paralisadas por algum tipo de situação, e nos confiemos todos àquele em quem todas as promessas de Deus encontram o seu sim garantido, o seu pleno cumprimento (cf. 2Cor 1,20), sendo que uma dessas promessas ouvimos na primeira leitura: ...abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca... Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas culpas e já não me lembrarei de teus pecados(Is 43,19.25).
Deus lhe abençoe.
Pe. Paulo Cezar Mazzi
imagens: weheartit.com

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