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quinta-feira, 2 de junho de 2011

A felicidade - continuação (III)

(Texto sintetizado por Pe. Jesus Bringas Trueba,
do livro Es bueno creer - para una teología de la esperanza, de José Antonio Pagola)


A felicidade não está no prazer

Muitos confundem felicidade com prazer. Querem ser felizes, mas, na realidade, o que buscam é o prazer: restaurantes, sexo, viagens, bebidas, espetáculos...  Tudo para já! E, é claro, sem esquecer que quanto mais sofisticado e caro, melhor; os prazeres simples e gratuitos parecem atrair menos...
O ser humano sempre procurou o prazer e a sociedade atual faz um culto ao hedonismo (máximo de prazer com o mínimo de sofrimento). Por isso, hoje, o prazer é reclamado como um DIREITO. “O desejo não satisfeito é sofrimento, apenas é prazer durante sua satisfação e, uma vez satisfeito, é decepção” (C Vioran).
Acontece, que a abundância de prazer afoga o prazer, cansa e se faz insuportável... É preciso aprender a sabedoria do prazer: não abusar, não ir depressa demais, pois é experiência momentânea.
As bem-aventuranças insinuam que a felicidade é um estado, uma condição de vida: ter a Deus por Senhor, saber-se seu filho, ter misericórdia...
O prazer é parcial, afeta a um aspecto da vida, dá-se no tato, no gosto, no sexo, na captação do belo. Não é problema de intensidade, mas, lugar onde se implanta.
O prazer é invasor. Pega a pessoa, a polariza no ponto concreto do prazer, escurecendo as outras dimensões do ser humano.
A felicidade não é invasora, mas, libertadora. Não anula ou escurece as outras dimensões da vida, ao contrário, as transfigura. Jorra do mais fundo do ser.
O prazer foi visto quase sempre com receio, como suspeitoso e imoral... O prazer não é a felicidade, mas isso não significa que seja automaticamente seu inimigo. Não devemos negar o valor que tem o prazer, pois não é ruim em si mesmo; é um estímulo para viver, para enfrentar o dia a dia.
A felicidade produz uma sensação prazenteira.
O importante não é proibir o prazer, mas, descobrir quando ele fecha o caminho para a verdadeira felicidade.
Há prazeres enganosos e verdadeiros.
O enganoso alimenta o “eu” de maneira falsa, fecha a pessoa em si mesma, infla o ego. Ex.: o prazer que experimentamos quando derrotamos um adversário; quando alguém louva nosso êxito, os prazeres que nos enchem de nós mesmos e nos esvaziam de vida, da felicidade e  de Deus.
Os prazeres verdadeiros não fecham a pessoa em si mesma, convidam ao agradecimento e ao louvor. São prazeres que nos são dados de presente cada dia:  o sonho restaurador, o amanhecer sereno, o café gostoso, o encontro com o amigo, a beleza da música, a boa leitura, o bate papo descontraído, o descanso,  o pôr-do-sol...
Saber gozar da vida com alma de pobre e agradecida... Deixar-se amar e presentear... Temos que aprender a desfrutar de tudo o que é vida dentro e fora de nós. Aprender a tocar, olhar, gostar, escutar de maneira nova. Desfrutar do lado positivo das pessoas e acontecimentos. A vida também está cheia de possibilidades de prazer, que conduzem à verdadeira felicidade.

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