Contentamento é como um rio subterrâneo, cujo curso simplesmente não pode ser intimidado. Na superfície, as pessoas pisoteiam, empurram, puxam, arrastam; o solo é rachado ou abandonado, mas abaixo, o rio está fluindo. Mesmo que em algum ponto seja apenas um fio de água na escuridão.
A água no nível do solo corre sempre o risco de ser poluída ou de secar, de ser utilizada, bebida, extraída, mas a água subterrânea é impenetrável. Com o contentamento ocorre o mesmo. Ele é um movimento constante e invisível para frente. Não é indiferente aos desafios, mas quando a paisagem da mente, a superfície da vida passa por algum tumulto, o rio responde, muda, escoa e inunda, embora continue invisível. Ele simplesmente nunca seca.
Um entendimento profundo é necessário para que alguém permaneça contente: a necessidade de conhecer e de suavemente antecipar os movimentos da mente e também sentir a atração que reside além de tudo. Contentamento é um estudo da vida e não apenas uma branda aceitação dela. As pessoas dizem: "Não pensem demais", mas para sermos contentes precisamos gostar de pensar muito profundamente, observar muito cuidadosamente, responder muito calmamente, movimentarmo-nos com os tempos. E mais do que tudo, a água precisa da força da correnteza para passar pelas estranhas curvas e solavancos do subconsciente. Sem a corrente, pode haver inteligência, mas haverá sempre depressão, uma sensação de que você pode simplesmente estagnar.
A corrente é a força espiritual.
Do livro Beleza interior - O livro das Virtudes, de Anthea Church
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