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segunda-feira, 27 de junho de 2011

4. Sim

          O “sim” é unitivo, vinculante com tarefas, coisas, pessoas. É a aceitação comprometida, expressiva de uma possibilidade. Dizer “sim” é reconhecer responsavelmente a nossa conformidade, nossa aceitação. O “sim” que é fruto da liberdade afirma, identifica, se abre ao que consideramos a verdade, concede, escolhe, dá permissão para que algo seja.
         Evidentemente, o “sim”, para que seja válido, tem que ser fruto da liberdade da pessoa que você é e se sente livre para afirmar o que afirma 

Diga apenas ‘sim’, quando é ‘sim’; e ‘não’, quando é ‘não” (Mt 5,37).

O que vocês acham disto? Certo homem tinha dois filhos. Ele foi ao mais velho, e disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’. O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois arrependeu-se, e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho, e disse a mesma coisa. Esse respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” (Mt 21,28-31).

“Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu” (Mt 7, 21).


Exercícios oracionais


1. Situando-se corporal e conscientemente diante de Deus, recorde concretamente sua relação com a palavra “sim”. Como, geralmente, você a diz: com liberdade, com amor, com realismo, com respeito, com disponibilidade? Diz “sim” para ser aceito, para não se sentir culpado, para responder de acordo com as expectativas dos demais? Creia que é amado pelo Senhor, que respeita a sua liberdade; com suficiente autoestima para ser livre e coerente ante os outros; e verifique se você escolhe o seu “sim” com paz e liberdade vindas de Deus. 

2. Peça luz e força ao Senhor, para que, à maneira de Jesus, você possa dizer “sim” ao que agora a vida humana e cristã está lhe pedindo. Peça luz para escolher aquelas condutas que claramente pertencem ao Reino de Deus. Pronuncie o seu “sim” lentamente, consciente de suas resistências e dificuldades, consciente do “freio” que são seus pecados e fale, em Cristo, de sua pequenez e fraqueza, esperança do Espírito. 

3. Recorde, agradecendo, as vezes que a vida, os outros ou Deus lhe disseram “sim”, aceitando você e lhe acolhendo. Nutra-se desse “sim” que convida a que você se aceite, que lhe desperta o melhor de si. Coloque-o, com todo o seu ser, no seguimento de Jesus Cristo, na paixão pelo Reino de Deus na história. 

4. Volte sua atenção para seu corpo e que sua postura seja a expressão de seu desejo de rezar. Peça ao Senhor a graça de ficar consciente de sua presença e de sua ação, a graça de orar, de estar respirando ante Ele e Nele.
Recorde alguns “sins” que você disse nos últimos dias, na última semana, mesmo que sejam pequenos. Constate como e de onde você disse “sim”; observe se tem trazido liberdade e amor ao seu ser, às suas decisões... Como é, normalmente, para você, dizer sim?
Recorde agora de uma maneira mais profunda, mais vital, dois ou três “sins” que você pronunciou em sua vida e agora você se sente satisfeito por tê-los pronunciado. Conscientize-se de como eles unificaram, como se pronunciaram existencialmente em sua vida e se brotaram mais da razão, do coração ou de seu modo de ser... Dois ou três “sins” em sua história que o deixaram muito satisfeito ou completamente de acordo com eles.
Imagine que o Senhor Jesus equipa você com três ou quatro “sins” para que os coloque agora em sua vida; unicamente lhe põe esta condição: “que o sim seja livre, verdadeiro, justo, que traga amor a você e a outras pessoas e que você possa dizê-lo em paz”. Imagine onde ou a que – pessoa, tarefa, situações, experiências... – você teria que colocar o “sim” (três ou quatro “sins” que cumprissem essas condições e melhorassem sua vida humana e cristã). Onde você os colocaria?
Conduza sua oração em forma de pedido, para que o Senhor lhe conceda dizer SIM, SIM à VIDA, SIM à REALIDADE, SIM a VOCÊ MESMO, SIM à sua VOCAÇÃO de CRESCIMENTO, SIM à sua VOCAÇÃO e SEGUIR a JESUS, de FÉ, de AMOR e de ESPERANÇA. 

5. Preste atenção ao seu corpo; que a sua postura seja a expressão de seu desejo de rezar. Peça ao Senhor que a sua ação pessoal, corporal, espiritual traga oração experiencial; que você possa se situar ante a presença atuante de Deus.
Pense em dois ou três “sins” que você desejaria ou necessitaria dizer em sua vida para se sentir melhor consigo mesmo; “sins” que trariam unificação, liberdade, paz, verdade; que permitiriam que você se sentisse mais coerente, mais livre, mais verdadeiro. Quais são? Em que situações estão batendo esses “sins”?
Se você intui que dizendo algum desses “sins” se sentirá melhor em sua vida, verifique que resistência você sente para dizê-los, como refreia esse “sim” que traria a você paz, liberdade ou bem-estar; verifique como você mesmo está dificultando ou o afasta de sua conduta atual.


Recorde algum SIM significativo, recente, que deixaram você cheio de satisfação e pegue dele a energia para enfrentar esses desafios, esses “sins” que estão esperando seu coração e seus lábios, sua pessoa, sua condição.
Aproxime-se agora, em sua contemplação, da experiência de Jesus de Nazaré e escute, contemple como Jesus, ao dizer “sim” a seus valores, à sua compaixão, a seu compromisso social, político e humano, está dizendo “sim” à sua pessoa, à sua libertação, à sua capacidade de crer, de amar e de esperar. Veja que, apesar do salto histórico, o “sim” concreto e histórico de Jesus às circunstâncias difíceis é um “sim” a você, à sua própria pessoa hoje, à sua libertação, à sua capacidade de crer, amar, esperar, caminhar como Jesus pela história. Agradeça esse “sim” de Jesus como tendo sido dito a você.
Peça ao Senhor a capacidade de dizer “sim” para a VIDA, para as pessoas concretas, às quais você transmite vida quando faz ou diz algo positivo, autêntico.
Peça que o seu “sim” seja fecundo, que não seja somente racional, mas que transmita vida.
Respire fundo um par de vezes, levando energia a todos os cantos do seu corpo.


Estruturas de oração que podem ajudar a amadurecer como pessoa e como cristão

Texto parcialmente traduzido, do livro

Unificación personal y experiencia cristiana - Vivir y orar con la sabiduría del corazón,

de José Antonio García-Monge, SJ

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