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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Para crescer espiritualmente também é necessário amar o material

Gabriel Jorge Castellá

Existem várias razões que dão crédito a esta afirmação paradoxal. 

1. O amor é parte essencial de nosso espírito.  Cada vez que amamos, afirmamos nosso ser. Conectamo-nos com nosso aspecto mais íntimo. Abrimos as portas de nosso espírito para dar voo a nossas mais elevadas faculdades.
Tomando como modelo e aperfeiçoando a fórmula de Descartes: “Penso, logo existo”, Viktor E. Frankl escreveu: “Amo, logo sou”. Sem amar não se pode SER. Com e em cada ato de amor revelamos nosso ser e com ele cultivamos nosso espírito.
Por tudo isso, só pelo fato de amar, inclusive o material, se cresce espiritualmente. Se depreciarmos o material, estaremos cerceando nosso espírito, não incentivando seu desenvolvimento.
O que se requer é estabelecer a e com consciência uma hierarquia de valores na qual o material esteja a serviço do espiritual e serem fiéis a ele. 

2. Amar não significa apegar-se, como muitas vezes, erroneamente, se sente e se crê, mas o seu oposto: desapegar-se. O apego implica dependência, o desapego independência. No amor nasce a liberdade. O amor dá a máxima abertura e desenvolvimento do ser. Com o amor tudo aquilo que nos amarra é desatado e com ele assumimos plenamente nossa liberdade.
O amor genuíno não é possessivo. Por isso, quando alguém ama de verdade, não vive apegado nem às pessoas nem às coisas. Daí que, amar o material é erguer-se frente ao material, não com o material e do material. E sempre que alguém desenvolve sua liberdade interior, cresce espiritualmente. 

3. Amar é captar a essência dos seres ou coisas, é aguçar a visão para captar os valores que encerram. “El amor, dizia meu pai, é comunhão no valor” Amar é colocar os dons e talentos que se possui a serviço dos valores superiores. Amar é subir de nível e ver com clareza, a partir de uma dimensão mais elevada. É despertar em alguém a força mais poderosa que se conhece.
Amar o material é descobrir sua essência, é descobrir quais valores nos podem oferecer. É estar em comunhão com estes valores para coloca-los a serviço de nossas faculdades ou poderes superiores. É ver com clareza que utilidade realmente benéfica pode oferecer à nossa existência. E tudo isso é crescer espiritualmente. 

4. Nós, os seres humanos, não temos um corpo por um lado e um espírito por outro. Esse dualismo de ver corpo e espírito como compartimentos estanques e antagônicos tem sido bastante prejudicial a um e a outro. Somos uma unidade e uma totalidade. O nosso espírito é sagrado, mas também o é nosso corpo, injustamente maltratado, vilipendiado e depreciado por gerações. Sentir e assumir como sagrado o nosso corpo não é render-lhe o “culto” exagerado e sufocante, artificial e artificioso da cultura de nossos dias.
Somos uma unidade bio-psico-espiritual. Amar-nos implica estar em comunhão com a totalidade de nosso ser, não com uma de suas dimensões. Amar-nos é permitir o desenvolvimento harmonioso de cada uma das dimensões que nos constituem. E também saber satisfazer as necessidades próprias de cada dimensão.

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